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GILBERTO FREYRE – CADEIRA 28

A Cadeira nº 28 foi ocupada em 2008, três anos após a fundação da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, por Roberto Pereira, Acadêmico Fundador da Cadeira nº 28, que indicou Gilberto Freyre como Patrono da Cadeira.

Gilberto de Mello Freyre (Recife, 15 de março de 1900 — Recife, 18 de julho de 1987) foi um escritor e diplomata brasileiro. Como escritor, dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia, antropologia e história. Foi também autor de ficção, jornalista, poeta e pintor. É considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX.

Gilberto Freyre foi o intelectual mais premiado da história do país. Foi laureado com o Prêmio Aspen, honraria que consagra "indivíduos notáveis por contribuições excepcionalmente valiosas para a cultura humana”. Recebeu ainda o prêmio italiano La Madonnina. Dentre outros prêmios e honrarias, recebeu a Ordem do Império Britânico, o Prêmio Jabuti de Literatura, o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, o Prêmio de Excelência Literária da Academia Paulistana de Letras, medalhas de Portugal e da Espanha e a Ordem Nacional da Legião de Honra da França.

Foi eleito para a Cadeira 29 da Academia Pernambucana de Letras em 1986.

Sobre Freyre, falou Monteiro Lobato: "O Brasil do futuro não vai ser o que os velhos historiadores disserem e os de hoje repetem. Vai ser o que Gilberto Freyre disser. Freyre é um dos gênios de paleta mais rica e iluminante que estas terras antárticas ainda produziram".

Intérprete do homem brasileiro, autor, dentre tantos livros, da tríade Casa Grande & Senzala, Sobrados e Mucambos e Ordem e Progresso, todos interpretando – repita-se – o homem brasileiro. Hoje empresta o seu nome ao aeroporto do Recife/PE, que passou a se chamar Aeroporto Guararapes/Gilberto Freyre. É autor dos livros Guia Prático, Turístico e Sentimental do Recife e Guia Prático e Turístico da Cidade de Olinda.

Criou a Fundação Joaquim Nabuco e a Fundação Gilberto Freyre. Criou o Seminário de Tropicologia, tendo dedicado uma das reuniões ao tema Gastronomia e Turismo. Criou, em Casa Forte, o Bloco carnavalesco Segurando o Talo, em homenagem à jaca, fruto da jaqueira, bem usual no bairro de Casa Forte.

Casa Grande & Senzala
Seu primeiro e mais conhecido livro é Casa-grande & senzala, publicado no ano de 1933 e escrito em Portugal. Nele, Freyre rechaça as doutrinas racistas de branqueamento do Brasil. Baseado em Franz Boas, demonstrou que o determinismo racial ou climático não influencia no desenvolvimento de um país. Ainda, essa obra foi precursora da noção de democracia racial no Brasil, com relações harmônicas interétnicas que mitigariam a influência social do passado da escravidão no Brasil, que, segundo Freyre, fora menos segregadora que a norte-americana. Embora seja sua obra mais importante, também recebeu críticas por diversos aspectos do livro Casa-grande & senzala, incluindo-se entre as críticas referidas: críticas à linguagem da obra, considerada vulgar e obscena e; críticas ao que vem sendo chamado (por parte dos estudiosos) de "mito da democracia racial", de acordo com o livro Pequeno manual antirracista (São Paulo: Companhia das Letras, 2019. P. 19), da autora Djamila Ribeiro.

Em Recife chegou a ter seu livro queimado em praça pública, ato apoiado por um colégio religioso da cidade.