ACADEMIA BRASILEIRA DE EVENTOS E TURISMO DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA 30

SÃO PAULO, 24 DE NOVEMBRO DE 2020
ACADÊMICO EMPOSSADO: MÁRCIO FAVILLA LUCCA DE PAULA
PATRONO DA CADEIRA 30: CURT W. OTTO BAUMGART
ACADÊMICO FUNDADOR DA CADEIRA 30: SERGIO MEDINA PASQUALIN

Estimado Presidente Confrade Sergio Junqueira Arantes,
Estimados Confrades e Confreiras,
Querida Família, Aïda minha esposa, nossos filhos Michel e
Yolanda, a minha razão para tudo,
Minha mãe Cidinéa, meus seis irmãos e grande família, com quem
tudo começou,
Estimada Sra Juana Pasqualin, muito me emociona a sua presença,
Querido Confrade Ibrahim Tahtouh, muito obrigado pela
apresentação,
Queridos Amigos que estão acompanhando pela internet,
Companheiros todos de trajetória e de vida,
Gostaria de expressar minha alegria, senso de responsabilidade e,
sobretudo, a elevada honra que para mim significa tornar-me
membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo. Faltam-me
palavras.
É difícil encontrar outra instituição que conte com um grupo de
pessoas com carreiras e trajetórias tão diversas, profícuas,
reconhecidas e respeitadas, por terem contribuído e ainda
contribuírem vivamente para o desenvolvimento de um mesmo
setor de atividades em nosso país e que, além do mais, toca a
vida de tantas pessoas em todas as partes de nosso país.
Além dos sentimentos de alegria, responsabilidade e honra,
tenho também o de gratidão para com aqueles, agora também
confrades e confreiras, que há alguns meses me sinalizaram a
possibilidade de ser membro da Academia e, neste sentido, me
estimularam a me apresentar e me apoiaram.
Mas não somente por este motivo. Também sou especialmente
grato a eles pelo fato de circunstancialmente terem me
apresentado a oportunidade de vir a suceder o Acadêmico
fundador da Cadeira de número 30, o ex-presidente da
Academia e imortal Sérgio Medina Pasqualin.

Apenas suceder, pois a imortalidade não permite em nenhuma
condição a substituição, nem do espírito e nem de sua
lembrança ou legado, remarcáveis, no caso do Sérgio
Pasqualin, que estão eternizados.
Pois não é outro o sentimento que tenho após ler sobre o
Sérgio Pasqualin, começar a conhecê-lo por meio de
conversas com alguns de seus incontáveis amigos, a quem
também agradeço por compartilhar comigo as suas vivências,
experiências, lembranças permanentes, histórias de família,
alegrias compartilhadas e o orgulho de o terem como amigo.
Sim, de o terem como amigo, pois o Sérgio está presente para
todos eles, em muitos momentos de seus cotidianos quando
com naturalidade pensam em buscar o seu conselho e ouvir a
sua palavra amiga e certa, quando passam por locais onde
outro dia mesmo estiveram juntos, como também ele está
presente, estou seguro, para todos os Acadêmicos seus
contemporâneos.
Segundo os seus amigos, por sua alegria, seu sorriso largo,
por ser divertido, com disposição, ameno no trato com todos,
solidário, dotado de grande empatia, comprometido com as
boas causas, as suas próprias e a de seus amigos que abraça
como suas, por estar disponível para eles, sempre atuante e
altamente relacionável, de grande cultura, crítico e
inconformista com as mazelas de nosso país, conciliador, por
sua delicadeza ao expressar a sua opinião, o Sérgio está
presente.
Disse-me um de seus amigos: O Sérgio sempre foi um grande
diplomata, um embaixador, inclusive por sua maneira muito
especial de tratar as pessoas. Com naturalidade demonstrou
possuir as qualidades de um líder: (i) humildade para ouvir; (ii)
habilidade de entender as pessoas, empatia; e (iii)
honestidade, de princípios, como pessoa, um ser íntegro.
Disse-me outro de seus amigos: O Sérgio é daquelas pessoas
que marca presença por onde passa, que deixa um legado,
alguém que você conhece há apenas poucas semanas e já o

sente como se fora um amigo há trinta anos, um amigo de toda
a vida.
Também ouvi: figura ímpar, extremamente agregador, dotado
de grande sabedoria e de generosidade de alma, um
sommelier da vida, que nos gratifica com um legado de
coragem ao nos mostrar a todos que, em seu momento de
maior desafio, é possível ser otimista, viver na plenitude da
vida, cuidar da família, trabalhar e cuidar dos amigos, sem
nunca se entregar.
Tomei conhecimento de sua famosa coleção de milhares de
itens com a estampa da Coca-Cola garimpados por todo o
mundo, um verdadeiro museu. Como seus amigos, espero
também dar a minha contribuição à coleção com um item muito
especial que guardado há quase vinte anos.
Também não me passou desapercebida a nossa paixão em
comum pelo Palestra Itália, a dele o Palestra da camisa verde
daqui de São Paulo, sendo que o meu Palestra Itália é o azul,
de Belo Horizonte; e nem o fato de sermos de famílias de sete
irmãos ou de ambos termos sido estudantes de intercâmbio em
nossa juventude.
Sérgio, um grande homem, um curioso, em constante busca de
novos conhecimentos e experiências para vivenciá-las com
entusiasmo ao lado de sua paixão maior, sua esposa Juana, e
de seus três filhos, mas também com o enorme círculo de
amigos que conquistou e cultivou com naturalidade.
Como executivo de indiscutível talento, Acadêmico e seu
presidente por dois mandatos, de 2014 a 2018, Sérgio
Pasqualin em muito contribuiu para enobrecer e elevar a
missão da Academia.
Ele trouxe para a Academia a sua forte convicção pessoal
quanto à importância da educação como grande investimento
da vida, pois implementou o Projeto Educacional de Atividades
Monitoradas que proporcionou estágios a vários jovens
profissionais, no Brasil e no exterior, em centros de

convenções na Alemanha, Estados Unidos e Portugal, pois
conhecia muito bem o significado desse tipo de experiência,
tendo ele mesmo percorrido tal caminho como um jovem
profissional.
Com a sua visão de futuro, também liderou e foi um dos
maiores entusiastas da preparação pela Academia do estudo
Brasil 2030 – Eventos e Turismo, com vistas à criação a médio
prazo de condições de competitividade para o nosso país em
nível global tendo a educação um papel central nesse
planejamento.
Sérgio se formou em Administração de Empresas pela pioneira
Escola Superior de Administração de Negócios de São Paulo –
ESAN, tendo ainda cursado Administração de Empresas na
Universidade de Nova Iorque e Marketing na Universidade da
Geórgia.
Como profissional, ele teve uma carreira brilhante, passou por
algumas grandes empresas onde logo conquistou a confiança
e admiração de seus superiores por sua capacidade e
personalidade, antes de ser convidado a assumir posição
destacada no Expo Center Norte e exercer papel fundamental,
ao lado de Curt Baumgart, patrono da Cadeira 30, para
transformá-lo no mais importante equipamento do gênero na
América Latina.
Por sua atuação no segmento de Feiras, onde também foi
considerado um visionário, e ao qual dedicou mais da metade
de sua vida profissional e onde definitivamente deixou a sua
marca e contribuição, ele granjeou respeito, prêmios e
reconhecimento.
Sérgio integra o Hall da Fama do Prêmio Caio desde 2013, ano
em que foi eleito pela terceira vez Grand Prix Prêmio Caio
(2010, 2011 e 2013), e sempre buscou se engajar em causas
de interesse de todo o setor e da sociedade como um todo, tais
como o Marco Comemorativo dos Bicentenário da
Independência e Centenário da Semana da Arte Moderna,
momentos de suma importância na história de nosso país e de

formação e afirmação de nossa nacionalidade.
Caros amigos,
Sra Juana Pasqualin,
Não tenham dúvida que, tendo passado a conhecer o Sérgio
como pessoa e como profissional pelas mãos e corações de
alguns de seus amigos nas últimas semanas, eu também já me
sinto como um deles, um admirador gratificado pela
convivência, e um dos muitos que gostariam de tê-lo conhecido
há muito mais tempo.
Sinto-me verdadeiramente honrado em sucedê-lo na Cadeira
30 da Academia, onde ele está e estará sempre presente.
Estimados Confrades e Confreiras,
Desafiador, criativo, empreendedor, determinado. Essas são
algumas das principais características de Curt Walter Otto
Baumgart, o patrono da Cadeira 30 da qual o Sérgio é o
Acadêmico Fundador.
Descendente de alemães com coração brasileiríssimo, Curt
dedicou a maior parte de sua vida a transformar em realidade o
sonho de construir empreendimentos que, hoje, são referências
não apenas na zona norte de São Paulo, mas em toda esta
grande cidade e pelo país afora.
Curt e seus dois irmãos, os gêmeos Rolf e Ursula, juntos,
deram continuidade aos negócios que seu pai, Otto Baumgart,
iniciou com a fundação da Vedacit, indústria de produtos
químicos para a construção civil.
Em parte de sua infância, Curt viveu um período de restrições
econômicas e políticas que impactou as famílias de origem
alemã no país, o que forjou de forma permanente a sua
percepção quanto à importância de uma família unida, como
também da educação e do acúmulo de conhecimentos, aos
quais se dedicou com muito afinco na infância, juventude e por
toda a vida.
Seguindo a tradição da família, Curt decidiu ser engenheiro.

Aos 19 anos foi estudar na Alemanha, onde se formou pela
Universidade de Hannover. Fez pós-graduação em Ciências
Políticas e Contábeis e em Química e, também, cursou
Tecnologia de Concreto, em Dortmund.
Nas décadas seguintes, em suas férias, costumava ir sempre à
Feira de Hannover, principal evento de tecnologia industrial,
para aprimorar seus conhecimentos e conferir o que havia de
mais moderno nas indústrias.
De volta ao Brasil, em 1963, com sua formação, determinação
e espírito empreendedor, dedicou-se a sonhos que pareciam,
até então, impossíveis: desenvolver e tornar a Vedacit pioneira
no ramo de impermeabilizantes no Brasil e, em paralelo,
transformar o que eram lagoas remanescentes da exploração
de areia e pedregulho, às margens do Rio Tietê, em um grande
complexo comercial e de serviços, hoje conhecido por Cidade
Center Norte.
Foram mais de duas décadas de luta para aterrar 150 mil
metros quadrados de lagoas, ampliar a área inicial para os
atuais 600 mil m², superando todos os céticos e obstáculos,
que não foram maiores que a sua tenacidade, disciplina e
persistência. Assim, em 1984, Curt e a família Baumgart
inauguraram o Shopping Center Norte, o primeiro dos quatro
empreendimentos do complexo.
Ao se referir à inauguração do Shopping Center Norte, Curt
relata em um de seus discursos emocionados: “Começamos a
fechar um círculo que não tem nenhum igual no mundo, com
exceção ao Bazar de Estambul, que conheci quando casei com
a Glorinha, essa sorte que me aconteceu logo que eu cheguei
da Alemanha.”
Três anos depois, em 1987, a família Baumgart inaugurou o
Lar Center, o primeiro shopping temático de decoração e
design de São Paulo. E em 1993, o Expo Center Norte, que se
tornou referência no mercado de feiras e eventos de negócios.
Atualmente, um dos maiores, mais completos e importantes
centros de exposições e convenções da América Latina, o

Expo Center Norte foi complementado, no ano 2000, com a
inauguração do Novotel Center Norte, concebido,
principalmente, para os profissionais que atendem os seus
eventos.
Enquanto liderava esse grande projeto, conhecido hoje como o
complexo multiuso Cidade Center Norte, Curt e Maria da Glória
Ribas tiveram seus três filhos: Carlos, Alexandre e Gabriela.
Ele cultivava o lema “um por todos, todos por um”, adotado por
toda a família no dia a dia dos negócios.
Com uma simplicidade marcante, Curt fazia questão de sentar-
se lado a lado com todos de sua equipe. Até o seu último dia
de vida, em setembro de 2010, cumpriu longas jornadas de
trabalho no seu escritório de mobiliário singelo, em trajes
simples, mantendo-se sempre avesso à ostentação, e com
permanente devoção à zona norte de São Paulo.
Líder nato, exigente, mente inquieta, às vezes considerado
rígido, Curt foi mais que um engenheiro e empreendedor. Seu
sonho contribuiu para transformar o cenário econômico e social
da zona norte da cidade. Sua determinação fez com que um
terreno pantanoso desse lugar a um empreendimento sólido. E
sua figura marcante continua sendo fonte de inspiração para
muitos jovens.

(Trecho sobre Curt Baumgart baseado em informações
gentilmente cedidas por sua filha Gabriela Baumgart).
Sobre o engenheiro e empresário Curt Baumgart, patrono da
Cadeira 30 da Academia, com quem conviveu diariamente por
quase vinte anos, poucos poderiam descrevê-lo melhor que o
próprio Sérgio Pasqualin. Dele dizia ser brilhante, um grande
obstinado, dotado de uma rara visão macro, de um
entendimento completo do setor e do negócio, que conhecia
em detalhes; foi a pessoa que mais o desafiou intelectualmente
e com quem tinha uma grande sintonia.
Portanto, sinto-me duplamente honrado por suceder na
Cadeira 30 o muitíssimo estimado, competente, íntegro e
sempre presente ex-Presidente Sérgio Medina Pasqualin, cujo

patrono é o grande empreendedor e visionário Curt Baumgart.
Estimados Confrades e Confreiras,
Considero a Academia Brasileira de Eventos e Turismo como
fiel depositária das experiências e conhecimentos acumulados
dos Acadêmicos, donos de uma trajetória profissional rica e
singular.
Ao se encontrarem sob uma instituição, decidiram construí-la,
fortalecê-la e perenizá-la, com vistas ao melhor
desenvolvimento de um setor econômico, sim, mas não
limitado a ele, pois o objetivo maior é contribuir positivamente
para o desenvolvimento sustentável, em todas as suas
dimensões, de nosso País.
Assim, entendo que o seu engajamento nas atividades da
Academia configura, sobretudo, uma retribuição à sociedade
por parte de um conjunto de cidadãos que têm relevante
percurso profissional e pleno conhecimento sobre como os
eventos e o turismo podem efetivamente contribuir para tal
objetivo.
Foi justamente este importante papel que a Academia e seus
membros desempenham, não apenas nos duros tempos atuais,
mas também de forma permanente desde a sua criação, o que
me motivou a responder com entusiasmo quando instigado a
participar alguns meses atrás.
Creio que as instituições da sociedade civil, em todas as suas
formas, com o seu trabalho no presente e uma visão de futuro,
têm um papel fundamental na superação dos desafios e na
construção de um país forte e próspero para os seus cidadãos,
em complemento e parceria com os governos, que não
conseguem e nem devem tudo prover.
Também acredito que o nosso País tem muito a se beneficiar
com uma inserção soberana, construtiva e de cooperação nas
relações internacionais, seja no que se refere ao governo como
também em âmbito privado.

O nosso setor é a própria demonstração dos desafios, mas
também dos muitos benefícios que podemos ter com a
liberdade de ir e vir entre países, de forma aberta e organizada,
seja por motivo de lazer seja por atividades profissionais.
Não precisamos retroceder muito no passado, para quando se
começou a medir o fluxo de viagens entre países e se
registraram apenas 25 milhões de chegadas internacionais em
1950, para ficarmos impressionados com o número de quase
um bilhão e meio de chegadas internacionais no ano passado
por todos os meios de transportes. Vamos também nos lembrar
que o turismo interno em todo o mundo gerou cerca de 12
bilhões de chegadas em 2019.
Vale dizer que o dobro da população do planeta viajou ano
passado a turismo, em seu próprio país ou para fora de suas
fronteiras, isto é, por pelo menos uma noite, por motivo de
lazer, para visitar parentes e amigos ou por motivos
profissionais.
Este enorme fluxo de viagens internacionais gerou ingressos
de divisas para os países visitados da ordem de um trilhão e
meio de dólares, fazendo do turismo o terceiro principal item do
comércio global de bens e serviços, ou seja, 7% do valor total,
abaixo apenas do comércio de petróleo e de produtos
químicos.
Mais ainda, o turismo gera direta ou indiretamente um em cada
dez postos de trabalho no mundo, dos quais 54% são
ocupados por mulheres.
Com tamanha força em crescimento ano após ano, o potencial
do nosso setor em responder às necessidades de
comunidades e de até mesmo países inteiros foi se realizando,
mas naturalmente muitos desafios foram também se revelando,
em especial no que se refere à sustentabilidade ambiental e o
impacto na mudança do clima devido à sobre utilização e ao
desperdício de recursos naturais.
A relevância econômica e social de nosso setor tornou-se

impressionantemente clara para o mundo todo ao ser dos
setores mais atingidos pela pandemia. Nunca se falou tanto,
nunca foi tão cristalina a importância dos eventos, profissionais
e de entretenimento, e do turismo como um todo, quanto agora.
Devido à pandemia, em poucos meses neste ano a perda
econômica e de empregos no turismo mundial foi oito vezes
maior do que a de toda a crise econômica global iniciada em
2008.
Por certo, levaremos alguns anos para recuperar o nível de
atividades anteriores à pandemia; porém, por certo também
não poderemos voltar ao fazer e proceder como antes.
Caros Amigos,
Com a força e o poder vem a responsabilidade. Por isto, o
turismo abriu caminho para fazer parte da Agenda 2030 e os
seus 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS),
construída ao longo de quase cinco anos pelos governos de
todo o mundo, com grande participação e contribuição do setor
privado e da sociedade civil.
Adotado em 2015, considero esse documento, que recebeu
enorme contribuição do governo e da sociedade brasileira para
a sua elaboração, como a grande referência internacional nos
próximos dez anos para as nossas atividades, enquanto
pessoas, setor econômico e sociedades.
A incorporação do turismo à Agenda 2030 foi uma grande
conquista política de nosso setor. Ele é explicitamente citado
em três dos ODS, quais sejam, no ODS 8 (que trata de:
Trabalho decente e crescimento econômico), no ODS 12
(sobre: Consumo e produção responsáveis) e no ODS 14 (que
se refere à: Conservação e uso sustentável dos oceanos,
mares e recursos marinhos); porém, sabemos que o turismo
pode contribuir para a consecução de todos os ODS, sobretudo
nestes próximos anos desafiadores que viveremos.
A título de exemplo, menciono o ODS 13 (o da Ação contra a
Mudança Global do Clima) e o ODS de número 1, síntese de

todos, pois é voltado para a Erradicação da Pobreza.
Desejo também chamar a atenção para o ODS 17, o último
deles, que é o das Parcerias e Meios de Implementação de
toda a Agenda 2030.
Os governos têm um papel insubstituível no processo de prover
as condições adequadas para o desenvolvimento econômico e
social, sem dúvida. No entanto, não o fazem mais rápido e nem
com o menor custo sem a participação ativa da sociedade por
meio de suas instituições, empresas e organizações.
Se isto já estava claro anteriormente, para a superação da
profunda crise em que estamos mais necessária se faz agora a
participação ativa da sociedade, uma vez que ganhos
anteriores, obtidos ao longo de muitos anos, na redução da
pobreza e na disseminação dos benefícios do crescimento
econômico, retrocederam de maneira dramática na maioria dos
países, inclusive no Brasil, em uma questão de meses.
Em nosso País em particular, onde os níveis de pobreza,
desemprego e desigualdade voltaram a atingir patamares
elevadíssimos, tanto mais relevante se faz a atuação da
sociedade civil, mesmo que uma parte dela esteja neste
momento voltada à sobrevivência de suas empresas e à
preservação de seus empregos e fontes de renda.
Estimado Presidente,
Estimados Confrades e Confreiras,
Aqui vejo espaço para reflexão permanente e elevada sobre o
que podemos almejar como sociedade e País, e também
espaço para a atuação de nossa Academia, como entidade,
sem que se coloque em risco a sua própria natureza.
É também um espaço democrático e elevado de participação
consequente para cada um de nós, individualmente, enquanto
Acadêmicos e cidadãos vinculados a nossas atividades
profissionais e privadas, nas quais estamos engajados com o
apurado senso de responsabilidade social subjacente à nossa
presença na Academia.

Desta forma, dentro dos limites mais que possíveis de cada
um, devemos procurar aumentar o nosso engajamento na
busca de soluções concretas e de também influir na busca de
melhorias institucionais em nosso setor e no País, pois
precisamos urgentemente retomar o caminho do
desenvolvimento em bases mais sustentáveis e encontrar os
meios de superação de nossas mazelas mais recentes e de
nossas mais antigas e arraigadas iniquidades econômicas e
sociais, pessoais e regionais.
Assim vejo a Agenda 2030 e os 17 ODS como possível
referência para vincularmos com o que fazemos e faremos, e
também a Rede Brasil do Pacto Global, a terceira maior no
mundo, que conta com a participação de quase 1.100
empresas e entidades em nosso País.
O Pacto Global provavelmente foi a gênese do ODS 17, pois foi
concebido no ano 2000 junto com os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio.
Há inúmeras outras iniciativas coletivas e de empresas
individuais nas quais podemos nos inspirar. Estou também
absolutamente seguro que dentre nossas atividades privadas
há muitas iniciativas que merecem ser conhecidas,
reconhecidas e que servem de inspiração a outros.
Quero enfatizar que, junto com a digitalização, a outra
megatendência que vai impactar os eventos e o turismo nos
próximos anos refere-se ao imperativo da sustentabilidade das
atividades e interações humanas.
A sustentabilidade em todas as suas vertentes está se impondo
cada vez mais, inclusive na questão da justiça social, como
fator de competitividade, por diferenciação, alterando valores,
hábitos de consumo e formas de produção, inclusive em nosso
setor.
Estimados Confrades e Confreiras,
Caros Amigos,

Em que pese a sua dimensão sem precedentes na história
recente da humanidade, estou seguro que, como em outras
ocasiões, os grandes desafios sanitários, econômicos e sociais
presentes serão superados com conhecimento, visão de futuro,
trabalho e cooperação.
Como Acadêmicos, profissionais e cidadãos engajados, e com
a certeza que o nosso País e a população brasileira podem
sonhar mais alto e almejar chegar mais longe, devemos
aumentar o nosso nível de ambição quanto ao que podemos
conseguir.
No entanto, não posso deixar de externar que a meu juízo,
para que tudo seja mais factível, é absolutamente necessário
que todas as forças políticas e dirigentes de instituições, nos
três níveis da Federação, voltem a exercitar a verdadeira,
elevada e necessária atividade política para, na discussão das
diferenças, encontrar caminhos e soluções de que o País
precisa, como deve ser nos regimes democráticos.
Antes de terminar, permitam-me fazer duas referências e
homenagens:
Permitam-me recordar de um grande brasileiro, que ao longo
de décadas apresentou uma rara combinação extraordinária de
empresário e homem público, que muito admiro por suas
muitas realizações, inclusive por ter liderado de forma aberta,
criativa e produtiva o turismo brasileiro por quatro anos,
deixando marcas indeléveis, e que foi o primeiro homenageado
especial de nossa Academia. Estou falando do ex-Ministro
Walfrido dos Mares Guia, de cuja equipe me orgulho de ter
participado, junto com os confrades Eduardo Sanovicz e Milton
Zuanazzi.
Quero também prestar uma singela e sincera homenagem
neste momento à memória de um grande e querido Acadêmico,
que muito fez pelo turismo brasileiro ao longo de décadas:
refiro-me ao nosso amigo e confrade Eraldo Alves da Cruz, que
há pouco nos deixou, mas por certo, de onde se encontra,
continua nos acompanhando a todos.

Ao concluir, quero dizer que na Academia Brasileira de Eventos
e Turismo estou reencontrando amigos e conhecidos com
quem tive o prazer de conviver em momentos passados, como
também já conheci outros que, em tão pouco tempo, já
passaram a ter grande significado no meu presente e, com
certeza, também terão no meu futuro.
Sinto-me muito grato a todos os Acadêmicos, inclusive aos que
ainda não tive a honra de conhecer pessoalmente pelas
circunstâncias que estamos vivendo, posto que senti que
todos, verdadeiramente, me acolheram com abertura e
generosidade. Aqui reitero os meus agradecimentos a todos
eles na pessoa do Presidente Sérgio Junqueira Arantes.

Muito Obrigado!!

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