Cicillo Matarazzo2

FRANCISCO (CICCILLO) MATARAZZO SOBRINHO – CADEIRA 01

A Cadeira nº 01 foi ocupada já em 2006, na fundação da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, por Sergio Junqueira Arantes, Acadêmico Fundador da Cadeira nº 01, que indicou Francisco (Cicillo) Matarazzo Sobrinho como Patrono da Cadeira.

Francisco (Cicillo) Matarazzo Sobrinho (São Paulo, 20 de fevereiro de 1898 — São Paulo, 16 de abril de 1977). Industrial, mecenas. Filho de Andrea Matarazzo e sobrinho do conde Francesco Matarazzo. Foi casado com Yolanda Penteado.

Em 1908, é enviado a Nápoles, Itália, para completar o ensino médio, e depois a Liège, Bélgica, onde cursa engenharia. Sobrinho do conde Francisco Matarazzo (1854 -1937), italiano que construiu um dos maiores complexos industriais do Brasil, comanda parte do conglomerado de indústrias metalúrgicas da família. Com o desmembramento das empresas, na década de 1930, torna-se o único proprietário da Metalúrgica Matarazzo-Metalma.

A partir de meados da década de 1940, estreita relações com intelectuais de projeção da Universidade de São Paulo – USP. O contato com personalidades como o crítico de arte Sérgio Milliet (1898-1966) e o arquiteto Eduardo Kneese de Mello (1906-1994) faz crescer seu interesse pelas artes e alimenta seu plano de criar em São Paulo um museu dedicado à produção artística moderna. Em 1947, casa-se com Yolanda Penteado (1903-1983), pertencente a uma tradicional família cafeicultora paulista. Nesse mesmo ano, por motivos de saúde, passa uma temporada em um sanatório em Davos, Suíça, onde conhece Karl Nierendorf (1889-1947), galerista alemão atuante nos Estados Unidos. Com ele idealiza a montagem de uma exposição de arte abstrata para a abertura do museu que pretende fundar.

Por intermédio do industrial norte-americano Nelson Rockefeller (1908-1979), da Standard Oil, obtém um acordo de cooperação com o Museum of Modern Art – MoMA (Museu de Arte Moderna] de Nova York). Assume então a liderança do projeto de criação do Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM/SP, valendo-se de entendimentos mantidos entre Milliet e Rockefeller desde 1942. O estatuto do MAM, pautado no funcionamento do MoMA, é estabelecido em 1948. No ano seguinte o museu é inaugurado, na rua Sete de Abril 230, no mesmo prédio, de propriedade de Assis Chateaubriand (1892-1968), onde funciona o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp. Em 1958, o MAM é transferido para o Parque do Ibirapuera.

Com o amigo de infância e engenheiro Franco Zampari (1898-1966), cria em 1948 o Teatro Brasileiro de Comédia – TBC, e em 1949 a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, em São Paulo.

Ciccillo preside a Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo. O local escolhido para sediar a maior parte dos eventos é o Ibirapuera, onde se planeja construir um grande parque, e para projetar o conjunto de edificações é convidado o arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012).

O mecenas é o idealizador e principal responsável pela realização da Bienal Internacional de São Paulo. A primeira edição ocorre em 1951 na área do já demolido Trianon, na avenida Paulista, e tem como eventos integrados a Exposição Internacional de Arquitetura e o Festival Internacional de Cinema. Em 1962, resolve separar a bienal do MAM, e cria a Fundação Bienal. No ano seguinte, decide doar o acervo do MAM à USP, apesar das tentativas de diversos conselheiros e do diretor artístico do museu, o crítico Mário Pedrosa (1900 – 1981), de dissuadi-lo do propósito. Em janeiro de 1963, o MAM é extinto e seu patrimônio transferido para a USP, e, em reconhecimento a essa doação, recebe da reitoria da universidade o título de doutor honoris causa.

Em 17 de setembro de 1954, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo, de Portugal.

Foi prefeito de Ubatuba de 1964 a 1969, pelo Partido Social Progressista (PSP).