EDUARDO GONÇALVES RIBEIRO

EDUARDO GONÇALVES RIBEIRO – CADEIRA 15

A Cadeira nº 15 não foi ocupada em 2006, quando da fundação da Academia Brasileira de Eventos e Turismo. Apenas 15 Cadeiras foram preenchidas na sua fundação. A Cadeira permaneceu vaga até o ano seguinte, quando o empresário Eraldo Alves da Cruz foi eleito Acadêmico Fundador da Cadeira nº 15, quando indicou o ex-governador amazonense Eduardo Gonçalves Ribeiro como Patrono da Cadeira.

Eduardo Gonçalves Ribeiro (São Luís, 18 de setembro de 1862 — Manaus, 14 de outubro de 1900) foi o Governador do Amazonas, sendo o primeiro negro a governar o Amazonas. Em seu governo foi responsável por agilizar e terminar a construção do Teatro Amazonas e muitas das outras obras de urbanização da cidade de Manaus, entre elas o Reservatório do Mocó, a Ponte Pênsil Benjamin Constant e o Palácio da Justiça do Amazonas, dando-lhe alcunha para a capital do Amazonas de “Paris dos Trópicos“, em honra a sua memória foi nomeado uma avenida de Manaus, a inscrição na fachada direita e o palco do Teatro Amazonas em seu nome, sua residência em Manaus foi transformada num museu.

Era conhecido pelo apelido de “Pensador“, em decorrência de sua ativa participação nos movimentos republicanos e por ter editado o Jornal O Pensador.

O Capitão Ximeno de Villeroy foi o primeiro governador republicano designado pelo Governo Provisório da República para o Amazonas, e que aportou com história pessoal intimamente vinculada ao alto comando militar-positivista. Chegou a Manaus em 4 de janeiro de 1890 e, logo em seguida, convidou o 1º Tenente Eduardo Gonçalves Ribeiro para integrar a alta administração do Estado, diretamente em seu gabinete, o que foi confirmado no dia 7 de janeiro de 1890. Tratava-se de figura já conhecida dos grupos de movimentos republicanos por grande dedicação à causa, inclusive ao tempo do jornal O Pensador, editado no Maranhão. Nova demonstração de reconhecimento à solidariedade emprestada por Eduardo Ribeiro à causa dos positivistas foi a sua nomeação para o cargo de professor da Escola Superior de Guerra, em 2 de junho de 1890.

Villeroy saiu do governo do Amazonas a 3 de novembro de 1890, deixando a administração pública nas mãos de Eduardo Gonçalves Ribeiro, preferindo manter-se no Rio de Janeiro.

Eduardo Gonçalves Ribeiro, que chegara a Manaus em 1887, ao receber os encargos da administração do Estado, não decepcionou o espírito positivista, procurando obter apoio da base popular para manter-se no governo, que assumiu pela primeira vez em 2 de novembro de 1890 sendo afastado do cargo a 4 de abril de 1891, retornando no dia 12 seguinte, pela vontade popular em manifesto firmado por 363 pessoas.ele permaneceu até 5 de maio de 1891 quando transferiu o cargo ao Barão de Juruá, Guilherme José Moreira, 1º Vice-Governador.

Seus serviços foram imediatamente reconhecidos pelo comando militar e revolucionário, sendo promovido a Capitão de 1º classe a 7 de junho de 1891, o que provocou sua transferência para o Rio de Janeiro logo no dia 27, onde deveria assumir o cargo de professor da Escola Superior de Guerra.

Retornou ao cargo de Governador do Amazonas quando da renúncia do Coronel Gregório Thaumaturgo de Azevedo, sendo, inclusive, o candidato do Partido Democrata para a chefia do Poder Executivo estadual, em 1892.

Foi em seu período de governo que a legislação básica do Novo Estado do Amazonas, fiel aos princípios republicanos e positivistas, foi constituída. Assim, compulsando a Constituição Estadual de 1891 verifica-se ampla repercussão das idéias positivistas no texto legal, ali lançadas por iniciativa pessoal de Eduardo Ribeiro que a outorgou e a fez aprovar depois no Congresso Estadual Constituinte. Se é indiscutível que o lema adotado na bandeira nacional, – Ordem e Progresso -, a inclusão de datas nacionais na Constituição Federal, o regime Presidencialista, indicam clara influência positivista na implantação da República no Brasil, também não pode caber dúvida de que a inclusão do barrete frígio nas Armas ou escudo do Estado do Amazonas, estabelece um elo inconteste entre as lideranças locais e os positivistas, especialmente a figura de Benjamin Constant porque este era o símbolo por ele usado em suas contas particulares, embora de origem francesa com fundamento no movimento de 1789.

No Decreto de nº 86, de 13 de março de 1891, com o qual convocou o Primeiro Congresso do Estado do Amazonas, Eduardo Gonçalves Ribeiro decretou também a primeira constituição, considerando “os princípios liberais e democráticos” adotados pela Constituição da República, sob o fundamento de que era necessário o estabelecimento de bases que permitissem a atuação dos constituintes estaduais “com segurança e patriotismo, inspirando-se nos mais sólidos princípios de democracia moderna…

Coube assim, a Eduardo Gonçalves Ribeiro, a reafirmação legal e constitucional, especialmente, dos princípios basilares da proposta positivista para o País que surgia com a República, no exercício dos encargos de governante do Amazonas em diversas situações.

Suas principais realizações à frente do Governou o Amazonas  foram o início das obras do Teatro Amazonas, a construção do Reservatório do Mocó, da Ponte de Ferro da Rua 7 de Setembro, do Palácio de Justiça e inúmeras outras obras, transformando Manaus na conhecida “Paris dos Trópicos“.

Morreu em Manaus, em circunstâncias ainda não bem esclarecidas, a 14 de outubro de 1900, quando foi encontrado sentado no chão, de pijama, enforcado com uma corda de pendurar rede, em sua chácara. No local encontravam-se apenas seus seguranças, pois Eduardo Ribeiro era deputado e presidente da assembléia na ocasião. O caso foi encerrado como suicídio, mas especula-se que Ribeiro possa ter sido envenenado.