DATA DE POSSE: 25 de abril de 2008
Miguel Juliano e Silva (20 de abril de 1928, Rio Verde/ GO – São Paulo/ SP, 17 de dezembro de 2009), era arquiteto, formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Braz Cubas (1968-1973), e com Mestrado em projeto arquitetônico pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
Mudou-se aos 18 anos para São Paulo, onde iniciou suas atividades como projetista e, mais tarde, arquiteto. Ao longo da sua carreira, projetou mais de 500 edifícios, no Brasil e exterior. Fez indústrias, hotéis, bancos, hospitais, centros de compras, universidades, fundações e mais de uma centena de edifícios de escritórios e apartamentos.
Iniciou sua carreira com estagiário do arquiteto Gregori Warchavchik. Ao longo de sua trajetória profissional, desenvolveu projetos em parceria com Abrahão Sanovicz, Cedric Marsh, Jorge Wilheim, Júlio Kassoy, Mario Franco, Massimo Fiocchi, Paulo Zimbres, Pedro Paulo de Melo Saraiva, Roberto Burle Marx, Roberto Zuccolo, entre outros. Foi autor de mais de uma dezena de planos diretores para cidades como Curitiba, Joinville, São José dos Campos e Goiânia.
Em 1958 seu escritório ganhou um concurso para o projeto do Edifício Quinta Avenida, na Avenida Paulista, o primeiro prédio em concreto protendido levantado na capital. Com apenas duas linhas de pilares, a construção apresentava uma solução ousada para a época, e mereceu a visita de profissionais e especialistas em engenharia de estruturas de diversos países.
Entre as mais de 500 obras que projetou em 50 anos de profissão, podemos destacar também o Edifício Faria Lima Premium, na capital paulista, com 96 metros de altura, que ocupa um terreno de apenas 350 metros quadrados, e a revitalização do tradicional Hotel Jaraguá, no coração da cidade.
Em 1967, junto com Jorge Wilheim, venceu o concurso lançado por Caio Alcantara Machado para a construção do Palácio de Exposições do Parque Anhembi, inaugurado em 1970. O Parque Anhembi, palco das feiras mais importantes do país, é uma gigantesca estrutura tubular de alumínio, com 67,5 mil metros quadrados. A solução veio importada do Canadá, mas foi adaptada aos padrões tecnológicos brasileiros. Montada no solo, a estrutura foi levantada por um exército de operários, cada um deles acionando guinchos movidos a manivela. Um poderoso sistema de som garantiu a sincronia dos movimentos, até que a cobertura atingisse seu ponto ideal de fixação nas colunas.
Miguel Juliano aprendeu na prática, no dia-a-dia, discutindo com engenheiros e arquitetos, entre os quais Jorge Wilheim e venceu diversos concursos em parceria com outros profissionais, como Abrahão Sanovicz e Pedro Paulo Saraiva. Incomodado com a falta de diploma, dedicava-se com muito afinco aos estudos e pesquisas, sempre em busca de soluções inovadoras. O diploma universitário veio depois de já ter realizado projetos importantes, como o do Parque Anhembi, tendo se formado em 1973 pela Universidade Braz Cubas.
São de sua autoria também a unidade do SESC de Santana e em Pinheiros. Com 35 mil metros quadrados, espaço reservado para o teatro no subsolo, com vantagens acústicas indiscutíveis e uma torre destinada às atividades culturais e esportivas, separada do parque aquático, este projeto foi premiado, em dezembro de 2002, pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, na categoria edificação para fins culturais e esportivos.
Foi Presidente da Fundação Cultural Vilanova Artigas por dois mandatos consecutivos: 1984-1986 e 1987-1989.
Venceu os concursos para construção do Edifício 5ª Avenida, em 1958 e para Sede Social do Clube Sírio, em 1966.
Ao longo de sua trajetória, recebeu inúmeras homenagens:
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Melhor Edifício de Escritórios – Edifício Faria Lima Premium – IAB-SP (2002)
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Melhor Projeto – Centro Esportivo e Cultural Sesc Pinheiros – IAB-SP (2002)
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Menção Honrosa – Restauro / retrofit do Edifício Hotel Jaraguá – IAB-SP (2002)
Em 2003, o Museu da Casa Brasileira, em comemoração aos 50 anos de carreira do arquiteto, realizou a exposição A Arte e a Técnica de Miguel Juliano na capital. com 48 trabalhos do arquiteto, entre croquis, desenhos, fotografias e maquetes.
Em 2008 foi eleito Acadêmico-Fundador da Cadeira nº 32 da Academia Brasileira de Eventos e Turismo. Tomou posse em cerimônia realizada em 25 de abril de 2008, no Blue Tree Morumbi.
Foi professor do Mackenzie por 14 anos e consultor do Ministério da Educação e da ONU. Enólogo, foi ainda dono de uma importadora de vinhos.
Publicou em 1976 o livro Cadernos Brasileiros de Arquitetura – Volume 03, pela Editora Projeto, e em 2006 o livro Jaraguá: um retrofit, pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
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Cerimônia de posse de Miguel Juliano na Academia Brasileira de Eventos e Turismo, realizada no 25 de abril de 2008, no Blue Tree Morumbi, em São Paulo.