João Batista Vilanova Artigas4

JOÃO BATISTA VILANOVA ARTIGAS – Cadeira 32

A Cadeira nº 32 foi ocupada em 2008, dois anos após a fundação da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, pelo arquiteto Milguel Juliano, Acadêmico-Fundador da Cadeira nº 32, que indicou o também arquiteto João Batista Vilanova Artigas como Patrono da Cadeira.

João Batista Vilanova Artigas (23 de junho de 1915, Curitiba/ PR — 12 de janeiro de 1985, São Paulo/ SP) foi um arquiteto, engenheiro, urbanista e professor brasileiro, cuja obra é associada ao movimento arquitetônico conhecido como Escola Paulista. A frase “Arquitetura é construção e arte”, de Vilanova Artigas, resume bem a atuação desse importante arquiteto brasileiro.

Embora tenha nascido na cidade de Curitiba, Artigas é considerado um dos principais nomes da história da arquitetura de São Paulo, seja pelo conjunto de sua obra aí realizada, seja pela importância que teve na formação de toda uma geração de arquitetos.

Graduando-se engenheiro-arquiteto pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Artigas se envolveu ainda estudante com um grupo de artistas de vanguarda (dentre os quais destacar-se-ia mais tarde o pintor Alfredo Volpi) conhecido como Grupo Santa Helena, devido ao seu constante interesse pela atividade do desenho — tema cujo estudo viria a se tornar um dos elementos mais presentes em sua obra.

Em 1952, foi o autor do projeto e arquiteto responsável pela construção do Estádio do Morumbi, um dos ícones da arquitetura paulistana.

Tendo se tornado professor da Escola Politécnica, Artigas fez parte do grupo de professores que deu origem à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU, da Universidade de São Paulo. Tornou-se um dos professores mais envolvidos com os rumos desta nova escola: é de sua autoria o projeto de reforma curricular implantado na década de 1960 que redefiniria o perfil de profissional formado por aquela escola e foi responsável, junto ao arquiteto Carlos Cascaldi, pelo projeto da nova sede da Faculdade: um edifício localizado na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira que leva seu nome e sintetiza seu pensamento arquitetônico. A reforma curricular desenhada por Artigas foi também importante ao definir uma séria de novas possibilidades de prática e atuação profissional aos novos arquitetos, associando a eles áreas como o desenho industrial e a programação visual, a partir da crença de que tal profissional deveria participar ativamente no desenvolvimento de todos os processos industriais requeridos pelo projeto nacional-desenvolvimentista então em voga no país.

Seu engajamento se estende também à política de regulamentação da profissão e à docência. Em 1943, funda, com outros colegas, a representação do Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB/SP em São Paulo.

Em 1969, por determinação do regime militar vigente no país, foi afastado da FAU e obrigado a se exilar brevemente no Uruguai, devido à sua ligação com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Embora tenha vivido no Brasil na década de 1970, foi impedido de atuar plenamente pelo regime. Seu retorno à faculdade se deu em 1979 – fruto do processo de anistia instaurado no país a partir daquele ano – e foi celebrado pelos alunos. Continuaria a lecionar na FAU/USP até sua morte, em 1985, ano em que lhe é atribuído o cargo de Professor Titular.

Ironicamente, neste período de redemocratização, foi professor da disciplina Estudos de Problemas Brasileiros, criada e imposta pelo regime militar às faculdades brasileiras como instrumento de controle ideológico. Durante este curso, subverteu o programa clássico da disciplina e levou à FAU diversas personalidades do mundo artístico, político e cultural, intelectuais de esquerda que também haviam sido perseguidos pelo regime, entre eles o pintor Aldemir Martins, o ator Juca de Oliveira e o então cardeal-arcebispo de São Paulo D. Paulo Evaristo Arns.

Recebe, da Union Internationale des Architectes – UIA, os prêmios Jean Tschumi, em 1972, por sua contribuição ao ensino de arquitetura, e Auguste Perret, em 1985, por sua obra construída.

Obras

  • 1942 – "Casinha", residência construída para o próprio arquiteto no bairro de Campo Belo

  • 1944 – Conjunto de quatro casas da rua Sampaio Vidal, situado na Rua Sampaio Vidal no 558, 564, 570, 578 – Jardim Paulistano, Pinheiros

  • 1946 – Edifício Louveira, no bairro de Higienópolis Painel de Francisco Rebolo

  • 1952 – Estádio do Morumbi

  • 1956 – Residência Olga Baeta

  • 1958 – Casa Rubens de Mendonça (Casa dos Triângulos)

  • 1958 – Edifício Tabafer, no bairro de Pinheiros

  • 1961 – Garagem de barcos do Santa Paula Iate Club

  • 1961-1969 – Edifício-sede da FAU-USP, na Cidade Universitária da Universidade de São Paulo

  • Placa Painel Decorativo Hall Social do Edifício Ipê – Rua Capitão Pinto Ferreira, 33 – Jardim Paulista/SP

Em Guarulhos/SP

  • 1961 – Inaugurado Ginásio Estadual de Guarulhos (E.E. Conselheiro Crispiniano)

  • 1967-1972 – Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado (popularmente conhecido como Parque CECAP)

Em Itanhaém/SP

  • 1959 – Escola de Itanhaém

Em Ponta Grossa/PR

  • 1949 – Residência Álvaro Correia de Sá

Em Londrina/PR

  • 1948 – Cine Ouro Verde

  • 1950 – Antiga Estação Rodoviária (Atual Museu de Arte de Londrina)

  • 1950 – Casa da Criança

  • 1953 – Edifício Autolon

Em Curitiba/PR

  • 1946 – Dupla residência para seus irmãos

  • 1945 – Hospital São Lucas

  • 1953 – Casa João Luiz Bettega

  • 1975-1977 – Residência Niclevicz

Em Jaú/SP

  • 1971 – Estádio Zezinho Magalhães não realizado

  • 1973 – Estação Rodoviária

  • 1973 – Centro Educacional (atual Escola Túlio)

  • 1973 – Edifício do Paço Municipal (Prefeitura) não realizado

  • 1975 – Balneário I

  • 1975 – Balneário II [não realizado]

  • 1976 – Conjunto Habitacional João da Velha (atual Jardim Jorge Atalla)

  • 1977 – Hotel Municipal [não realizado]

  • 1978 – Passarela da Rua Procópio Junqueira

Em Marília/SP

  • 1976 – Conjunto Habitacional CECAP Maria Izabel