Joaquim Marques dos Reis

JOAQUIM MARQUES DOS REIS – CADEIRA 34

A Cadeira nº 34 foi ocupada em 2011, cinco anos após a fundação da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, por Adenauer Góes, Acadêmico-Fundador da Cadeira nº 34, que indicou o Joaquim Marques dos Reis como Patrono da Cadeira.

O Comendador Joaquim Marques dos Reis (Vilar Torpim, Portugal, 01 de julho de 1922 – Bélem/ PA, 28 de novembro de 2001), aos 14 anos embarcou em Lisboa no navio Anselm. A chegada em Belém do Pará aconteceu em 26 de novembro de 1936.

Conseguiu seu primeiro emprego trabalhando como balconista. Logo despertou a atenção de um dos diretores, que solicitou sua transferência para outra empresa do grupo, a Casa Bancária Moreira Gomes. Rapidamente ganhou nova função ao assumir a carteira de câmbio do banco e posteriormente diretor.

Em meados de 1948, surgiu o contato com o jornalismo. Marques dos Reis decidiu procurar a extinta Folha do Norte porque o jornal havia publicado uma matéria pejorativa aos portugueses. Impressionado com os conhecimentos do Comendador sobre sua terra, Paulo Maranhão, então dono do veículo, o convidou a escrever artigos sobre o seu país. Em 1954, passou a assinar uma página inteira chamada Terras de Portugal que perduraria até julho de 2006, sendo que desde 1998 passou a ser escrita pelo filho, já no jornal Diário do Pará.

Em 1960, durante o 4º Centenário da Morte do Infante Dom Henrique, Marques dos Reis, homem dinâmico e nada habituado a esperar que as coisas acontecessem, fretou um “Constellation DC7” da Pannair do Brasil e lotou o avião com um seleto grupo de personalidades do Pará: políticos, jornalistas, empresários, pessoas da sociedade formadoras de opinião. Em maio daquele ano Marques dos Reis, mesmo sem ser ainda um agente de viagens, realizou a primeira edição da “Viagem da Primavera”. A comitiva paraense foi recebida com honras de Estado. Secretários de Estado e vários membros do Governo estavam no aeroporto para dar as boas-vindas, em nome do Governo Português. Tudo com ampla cobertura da imprensa portuguesa, escrita, falada e televisada. A excursão passou a acontecer periodicamente devido ao grande sucesso da primeira.

Seu trabalho rendeu-lhe o reconhecimento do Governo Português, consignado pelo Presidente da República, Américo Thomaz, através da outorga da Comenda da Ordem do Infante Dom Henrique no grau de Comendador, em 28 de novembro de 1960.

Após algumas viagens, recebeu uma notificação da Iata (órgão internacional que regulamenta o funcionamento das companhias aéreas), de que viagens desse porte deveriam ser feitas por uma agência de viagens. Assim, em 22 de agosto de 1962, nasceu a Lusotur – Viagens e Turismo, hoje a mais antiga agência de viagens de Belém. Fazendo do Comendador um empresário do setor turístico. Com a Lusotur instalada, Marques dos Reis estendeu suas viagens para outros países: Estados Unidos, México, Canadá, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e muitos outros. Em 1966, por sua insistência, a TAP – Trasportes Aéreos de Portugal, montou um escritório em Belém.

Numa das excursões à Europa, estava presente o então Governador do Estado do Pará, Jarbas Passarinho, que, segundo o filho João, exigiu: “Marques dos Reis, você irá assumir um compromisso, não comigo, mas com o Governo do Pará, construir um hotel de padrão internacional em Belém”. Assim, nascia em 1973, o Equatorial Palace Hotel, totalizando uma infra-estrutura de 235 apartamentos, restaurantes, bares, boates, piscinas, salões de eventos e mão-de-obra européia funções chaves do serviço hoteleiro.

À frente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Pará de 1982 a 1991, ainda seria um dos grandes responsáveis pela construção do Santuário de Fátima levantando os recursos necessários junto a outros empresários portugueses. Além de Presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Pará, foi membro permanente do Conselho Mundial das Comunidades Portuguesas, tendo desempenhado por vários anos consecutivos o cargo de delegado do Brasil junto à Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, em Lisboa. Viria a falecer em 28 de novembro de 2001, curiosamente, dois dias depois da data de sua chegada ao Brasil.

Sempre com muito dinamismo, entusiasmo e trabalho, o Comendador Joaquim Marques dos Reis viveu intensamente cada etapa de sua vida. Decidido a atravessar os mares em busca de um novo mundo e da conquista de seus ideais a chegada em Belém do Pará, substituiu os anseios iniciais pela vontade de fincar raízes no Brasil e ditar os rumos de sua história. Era casado com a Maria Cecília Teixeira dos Reis, com quem teve dois filhos.

Pioneiro no colunismo especializado em turismo, Joaquim Marques dos Reis também escreveu para os jornais O Liberal e Diário do Pará, sempre destacando atrativos das terras lusitanas. Da mesma forma, em entrevistas concedidas a jornais e rádios portugueses, Marques dos Reis enaltecia pontos turísticos e belezas naturais de municípios paraenses.

PRÊMIO DE JORNALISMO: UM INCENTIVO AO TURISMO PARAENSE
Para incentivar ainda mais essa divulgação espontânea do Estado do Pará pelos jornalistas especializados em turismo, foi criado, o Prêmio de Jornalismo em Turismo “Comendador Marques dos Reis” instituído pela Companhia Paraense de Turismo – Paratur, em parceria com a Coordenadoria de Comunicação Social do Governo do Estado do Pará e apoio da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo do Estado do Pará – ABRAJET-PARÁ e Sindicato de Jornalistas do Estado do Pará – Sinjor-PA e ainda do Fórum Estadual de Desenvolvimento do Turismo – Fomentur.

O prêmio se destina a reconhecer os melhores trabalhos de jornalismo sobre desenvolvimento, comercialização, promoção e roteiros turísticos no Estado do Pará. O Prêmio, além de reconhecer o profissional de imprensa pela dedicação em divulgar o Pará e contribuir para o crescimento do Estado, é uma oportunidade para homenagear um ilustre representante do nosso turismo, o Comendador Marques dos Reis, pioneiro nessa área ao incentivar seus amigos portugueses a conhecer o Pará e, na mesma proporção, os brasileiros a conhecerem Portugal.